A Rede Intermunicipal de Apoio à Vítima do Douro, Tâmega e Sousa (UNIDAS) foi reconhecida com o Selo de Boas Práticas (URBACT), como modelo de referência, com elevado potencial de replicação noutras regiões europeias que enfrentam desafios semelhantes no apoio às vítimas e na prevenção da violência doméstica.
A distinção do projeto, implementado nos concelhos da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM Tâmega e Sousa), decorreu no âmbito do URBACT City Festival 2025, em Wroclaw, na Polónia, com mais de 600 representantes de cidades de toda a Europa, com o propósito de partilhar e celebrar 116 Boas Práticas Urbanas selecionadas.
Para Joana Ferreira, responsável pela rede UNIDAS, o reconhecimento do projeto da CIM do Tâmega e Sousa é de grande significado.
“Este reconhecimento deixa-nos bastante orgulhosos, tendo em consideração o trabalho que temos vindo a desenvolver. O facto de termos sido reconhecidos, de forma internacional, como uma boa prática da URBACT dá-nos alento e vontade de continuar a fazer mais e melhor pelas nossas vítimas aqui no terreno e a possibilidade de aprendermos com a troca de experiências de outras boas práticas que foram reconhecidas a nível europeu”, afirmou.
Portugal teve uma participação destacada nesta edição do URBACT, sendo o país com maior número de candidaturas apresentadas: 45 propostas, entre um total de 249 submetidas.
Das 23 boas práticas reconhecidas a nível nacional, estiveram envolvidos 15 municípios, uma freguesia e três comunidades intermunicipais, incluindo a CIM Tâmega e Sousa.
A UNIDAS foi criada com o propósito de garantir uma resposta integrada e intermunicipal no apoio às vítimas de violência doméstica, oferecendo acompanhamento psicológico, social e jurídico de forma gratuita e confidencial.
Desde abril de 2021 até dezembro de 2024, a rede apoiou mais de 2.500 vítimas adultas.
Em relação à intervenção junto de crianças e jovens foram acompanhados mais de 450 casos entre fevereiro de 2022 e dezembro de 2024.
Para a jurista, Joana Ferreira, estes dados são reveladores do impacto do projeto na região.
“Estamos a trilhar o nosso caminho, a fazê-lo com passos sólidos muito focados no nosso objetivo que é a proteção das vítimas, garantirmos uma resposta intermunicipal de proximidade, onde todas as vítimas, independentemente do município onde residam, possam ter as mesmas respostas, possibilidades e as oportunidades de apoio e de suporte. Julgamos que esse objetivo tem vindo a ser alcançado, graças a todos os nossos parceiros da rede e ao trabalho desenvolvido por todos os técnicos dos municípios. Sem eles, não seria possível desenvolver a Rede Unidas da forma que ela está implementada no terreno”, referiu.
Algumas cidades de Itália, Bélgica, Roménia, Eslovénia, Eslováquia e Irlanda manifestaram interesse em replicar o modelo UNIDAS nos seus territórios.