O Município de Marco de Canaveses está a proceder ao levantamento dos danos causados pelos incêndios recentes, de modo a informar as entidades competentes. Este processo conta com a colaboração dos presidentes de junta das freguesias afetadas.
A área ardida no concelho é de 16% de área, mas os prejuízos são significativos, com especial impacto no setor agrícola. Os munícipes afetados devem reportar a situação à respetiva junta de freguesia.
“Nós estamos a pedir aos presidentes de junta que nos reportem quais foram os prejuízos, e falamos de prejuízos materiais, vinhas, colmeias, alfaias agrícolas, oliveiras e macieiras. No fundo, há um conjunto de circunstâncias e de questões que são diferentes de freguesia para freguesia, mas o que importa aqui é avaliar as perdas”, explica a presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, Cristina Vieira.
Os pedidos de apoio foram apresentados junto das Câmaras Municipais da área de residência.
Em Marco de Canaveses, “o município está a reunir uma equipa para poder ajudar todos os marcoenses que tiveram perdas a preencherem um documento ou identificar quais foram os prejuízos. Vamos montar um gabinete na Câmara Municipal com o horário e os contactos das pessoas que já fizeram chegar a informação à junta de freguesia. Quem sofreu danos, independentemente de terem sido as mangueiras, árvores de fruto, ou videiras que não estavam registadas, deve na mesma fazer esse reporte”, acrescenta a autarca.
O Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, e o Secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, visitaram o Marco de Canaveses na quarta-feira, dia 25 de setembro, com o objetivo de conhecer melhor as consequências e prejuízos dos incêndios que afetaram o concelho na última semana.
Na reunião foram explicadas as medidas de apoio para o sector da agricultura e esclarecidas algumas dúvidas sobre como os proprietários podem aceder aos apoios disponíveis.
Cristina Vieira notou a celeridade com que o Governo veio para o terreno para aferir os reais problemas e a dimensão dos prejuízos.
“Vejo com muito agrado a celeridade com que o Governo se colocou em campo para falar com as pessoas e os autarcas e tentarmos ajudar aqueles que tiveram perdas substanciais, não só financeiras como também perdas emocionais”, refere.
De referir que o Governo aprovou, em Conselho de Ministros, na passada quinta-feira, um subsídio especial de até 6.000 euros que pretende compensar prejuízos agrícolas relacionados com os incêndios que fustigaram o Norte e Centro do país durante este mês.
Também vai haver um apoio à reconstrução ou reabilitação das habitações permanentes destruídas pelos fogos. Serão os próprios proprietários ou os municípios a construí-las, mas quem paga é o Estado.
A obra é financiada a 100% até aos 150 mil euros e em 85% no valor excedente.
Este apoio está englobado no pacote de ajudas no valor de 100 milhões de euros, que pretende dar resposta aos danos caudados pelos fogos. A verba é um adiantamento dos 500 milhões de euros oriundos dos fundos de coesão europeus.