O marcoense Roberto Rivelino embarcou em mais uma aventura no futebol estrangeiro. Depois de experiências no HIFK Helsinki, da Finlândia, em 2022, e no Fursan Hispania, dos Emirados Árabes Unidos, em 2023/2024, o jovem, de 30 anos, natural de Alpendorada, assumiu agora a função de treinador de guarda-redes dos sub-17 do Al-Ula FC, na Arábia Saudita.
Desde setembro de 2024, Rivelino integra um “dos oito clubes apoiados pelo governo saudita” para fazer parte do projeto de desenvolvimento desportivo para o Mundial de 20234, bem como para o Saudi Vision 2030.
“O Al-Ula FC foi escolhido estrategicamente, tanto a nível geográfico como turístico, está a receber um grande investimento do fundo saudita, fui convidado para fazer parte deste projeto e, posteriormente, designado treinador de guarda-redes do Sub-17”, revelou.
Uma oportunidade de carreira no estrangeiro
A chegada ao clube saudita aconteceu após um convite “do diretor-geral do Al-Ula FC, João Carlos Pereira, ex-treinador da Académica e Coimbra, e ex-coordenador-geral da Aspire Academy, no Qatar”, explicou Rivelino.
“Após terminar a temporada nos Emirados, tive outras propostas, mas decidi esperar. Surgiu então a abordagem do Al-Ula. Tivemos uma reunião de sucesso, agradei ao diretor e surgiu o convite”, acrescentou.
Sobre a experiência de trabalhar na formação do Al-Ula FC, Rivelino vê o desafio com entusiasmo. “Não considero mais difícil do que em Portugal ou na Europa. Nestes lugares há muito para corrigir, mas há também uma grande margem para melhorar. Existe interesse, curiosidade e respeito pelo treinador estrangeiro”, salientou.
Sobre a escolha de seguir carreira no estrangeiro, Rivelino destaca as vantagens: “Treinar fora permite não só trabalhar com maior liberdade, mas também viver do futebol. Além disso, é uma oportunidade de conhecer novas culturas, aprender línguas e crescer pessoalmente. Neste momento, já dou as minhas sessões de treino em árabe”.
Adaptação a uma nova realidade
A nova vida do jovem técnico marcoense passa por Medina, onde trabalha e reside, uma vez que Alula ainda está a desenvolver as suas infraestruturas.
“Medina é uma cidade muito religiosa, mas consigo adaptar-me. Foco-me no trabalho e encontro espaços e momentos adequados para socializar e relaxar. Aqui a cultura não é tão aberta, mas nunca me senti limitado e sinto-me muito seguro”, garante.
Sobre a barreira linguística, vê-a como mais um desafio: “O árabe falado não é tão difícil como parece. A fonética é alcançável, desde que haja interesse”.
O futuro no futebol
Quando questionado sobre um possível regresso a Portugal, Rivelino afirma que, para já, não é uma prioridade: “Estou focado no presente e no crescimento aqui. O que vier, virá. O importante é continuar a evoluir”.
Antes das aventuras no estrangeiro, Roberto Rivelino passou por clubes portugueses como Sanjoanense, Vilaverdense, FC Felgueiras, AD Oliveirense e FC Alpendorada.
Como analista especializado em guarda-redes, tem comentado e publicado artigos em várias publicações nacionais e internacionais.
É também autor do site ‘O Mundo dos Guarda-Redes’, o único dedicado exclusivamente à posição em Portugal, e publicou, em 2023, o livro ‘Pensar o Guarda-Redes’, no qual expõe as suas ideias sobre a função do número 1 do futebol.