A obra de requalificação da histórica Ponte de Arame que une as localidades de Rebordelo (Amarante) e Lourido (Celorico de Basto) foi inaugurada no passado sábado.
A intervenção nesta travessia de 55 metros que fará 100 anos, em 2026, foi executada de forma tripartida pelos municípios de Amarante e Celorico de Basto e a Associação de Municípios do Douro e Tâmega (AMDT).
O projeto de reabilitação desenvolvido pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto permitiu a recuperação de um acesso, “símbolo da união entre comunidades”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima.
“É realmente de louvar e admirar a visão, a coragem e a engenharia dos nossos antepassados que, no início do século passado, tiveram a ousadia de construir esta ponte de arame, que é hoje um testemunho raro de um modo de construir simples e verdadeiramente engenhoso”, salientou.
“Para além de ser um belíssimo exemplo de audácia e engenharia, é acima de tudo um símbolo de união de dois concelhos, Celorico de Basto e Amarante, de dois distritos, Braga e Porto, e duas regiões, Minho e Douro-Litoral. É também essa união que celebramos hoje, porque quando os territórios são capazes de olhar, pensar e agir em conjunto, os resultados só podem ser positivos e bem notórios no seio das nossas comunidades”, vincou.
Com uma posição privilegiada, Celorico de Basto olha para esta reabilitação como uma oportunidade de desenvolvimento turístico e económico.
“É fundamental que, a partir de hoje, as próprias comunidades vejam aqui a possibilidade com este fluxo que já se verifica, terem também a possibilidade de novos negócios. É um desafio para as Câmaras Municipais de Amarante e de Celorico porque sabemos que esta obra ainda não está terminada naquilo que são as intervenções que são necessárias levar a cabo na sua envolvente. E, em bom estado. Tenho a certeza absoluta que, com esta obra, também nova vida vai aparecer em Rebordelo e em Lourido. E nós cá estaremos para dar o nosso contributo e a nossa ajuda”, concluiu.
A reabilitação e reforço da ponte de arame envolveu um investimento superior a 325 mil euros acrescidos do investimento efetuado na beneficiação dos acessos, com a segurança e limpeza do espaço e criação de áreas de privilegiadas para contemplar da paisagem.
Para Jorge Ricardo, Presidente da Câmara Municipal de Amarante a ponte de arame “sempre foi mais que um ponto de ligação entre Lourido e Rebordelo”.
“Durante quase um século, esta ponte serviu como elo vital para as populações locais, permitindo o acesso ao trabalho, ao comércio e à partilha entre as duas margens do Tâmega. A sua existência está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento económico e social da região, tendo sido uma passagem essencial para os trabalhadores das minas de Vieiros e para todos aqueles que procuravam melhores condições de vida. Com um investimento global de cerca de 325 mil euros, conseguimos devolver a ponte às pessoas, respeitando a sua história, a sua identidade e a valorização do nosso território”, explicou.
O projeto de reabilitação, desenvolvido pela AMDT, em colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade de Porto, garantiu a preservação da estrutura original enquanto introduziu melhorias fundamentais para a sua longevidade.
“A ponte da Arame é uma obra exemplar, que alia a modernidade e a segurança sem apagar as memórias que a tornaram, ao longo de todos os anos, tão especial. Esta intervenção insere-se numa estratégia mais ampla de desenvolvimento turístico e ambiental, integrando-se em projetos estruturantes, como a valorização do cluster turístico das Serras do Marão e da Aboboreira, e também a ecopista do Tâmega”, frisou.
A cerimónia de inauguração contou com uma caminhada, um momento musical e um convívio no final, na antiga estação de Lourido.