FUTEBOL: Equipa feminina do FC Felgueiras sonha com regresso à 2ª divisão nacional [C/AUDIO]

FCFelgueiras_2021.05.05

A equipa feminina do FC Felgueiras vai tentar garantir um dois dois primeiros lugares da série B do campeonato nacional da 3ª divisão e, consequentemente, assegurar o apuramento para a fase seguinte da prova, na qual se discutirá a subida ao segundo escalão.

A formação azul grená empatou (4-4), no domingo, no Estádio Abel Alves de Figueiredo, frente ao Tirsense, no primeiro de três jogos que terá de disputar durante este mês de maio. Seguem-se agora os confrontos caseiros com o Leça do Balio, no próximo domingo, e com o Ringe, no dia 22.

Atualmente, o FC Felgueiras está a cinco pontos de distância da segunda posição, pelo que os desafios que se avizinham revestem-se de enorme importância para definir a continuidade da equipa na competição.

A tarefa não é fácil, mas o técnico Pedro Cunha está confiante na qualificação, apesar de considerar que o formato competitivo adotado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) “é injusto”.

“Acho que é um bocado injusto, tendo em conta o trabalho que se quer fazer. O tempo é muito curto e isso vai acabar por beneficiar algumas equipas e prejudicar outras. No nosso caso, poderá ser vantajoso, porque só dependemos de nós”, afirmou.


Sara Teixeira, a atleta mais experiente do plantel, de 44 anos, assegura que “a equipa vai lutar até ao último segundo para subir de divisão”.

“Nós entramos em todos os jogos para ganhar. Infelizmente, às vezes, as coisas não correm como queremos, mas a confiança está no máximo e vamos lutar até ao último segundo para subir de divisão. Mas vamos pensar jogo a jogo”, diz.


Também o diretor-desportivo da equipa feminina felgueirense, Sérgio Cassiano, acredita que a equipa tem capacidade para regressar à 2ª divisão nacional, de onde saiu a época passada

“É o objetivo a que nos propusemos para esta época, colocar a equipa num sítio de onde nunca deveria ter saído, porque a descida não correspondeu ao real valor do plantel, nem ao futebol que a equipa praticava. Descemos porque a época acabou mais cedo devido à situação da Covid-19. Temos equipa que pode perfeitamente atingir esse objetivo, que é o regresso à 2ª divisão”, sustenta.


O modelo competitivo da 3ª divisão foi revisto pela FPF, de forma a ser possível terminar uma época atípica, que se encontra em suspenso desde janeiro. Assim, a prova termina no final da primeira volta e apuram-se para a fase seguinte os dois primeiros classificados de cada série e os dois melhores terceiros da fase inicial do campeonato.

Os clubes serão depois divididos por duas séries, norte e sul, cada uma delas composta por oito equipas, que irão jogar entre si três eliminatórias a duas mãos até se encontrar o vencedor de cada série. Os clubes vencedores da segunda eliminatória de cada uma das séries apuram-se para a 2.ª Divisão Nacional.

A equipa azul grená dispôs de poucos dias de trabalho para preparar a retoma competitiva, após uma paralisação de quase quatro meses, devido à pandemia da Covid-19. Pedro Cunha teme que a equipa possa acusar fisicamente uma paragem tão prolongada e reconhece que necessitava “de mais tempo antes de voltar à competição”.

“As atletas estiveram muito tempo paradas, apesar de termos feito um plano de treinos para elas fazerem em casa, mas não é o mesmo que treinaram no campo. Como tivemos pouco tempo para preparar a retoma, vamos obrigar a atleta a exercícios mais bruscos, o que pode provocar mais lesões”, admite.


Para atingir o objetivo a que se propõe, o FC Felgueiras terá de, nesta fase, chegar ao segundo posto da tabela. O primeiro lugar já está entregue ao Rio Ave, a única equipa sem derrotas na competição.

FlaviaMoreira_2021.02.05

A formação felgueirense espera poder contar com a veia goleadora de Flávia Moreira. A ponta-de-lança, de 17 anos, marcou em todos os cinco jogos até agora disputados, num total de 11 golos. No domingo, em Santo Tirso, no empate 4-4, concretizou o seu terceiro ‘hat-trick’ da temporada.

“Acredito sempre que posso ajudar a equipa e que vou marcar para atingirmos os nossos objetivos, que é a subida de divisão. Entramos sempre dentro de campo para vencer todos os jogos. É muito bom fazer parte desta equipa, porque somos muito unidas, tanto fora, como dentro de campo. É maravilhoso estar nesta equipa”, confidenciou a atleta que já representou o Boavista e já teve contrato assinado com o Gil Vicente, da 1ª divisão.

“Mas é um gosto jogar no clube da cidade e no clube que me formou. Por isso decidi vir para cá e estar aqui dois anos para evoluir mais um bocadinho”, revelou, sem esconder que ambiciona atingir o principal escalão do futebol feminino em Portugal e representar “um clube do sul”.


O técnico Pedro Cunha reconhece que, pelos golos que marca, Flávia Moreira é uma peça importante para a equipa, mas realça que “a mais-valia é o grupo”.

“Se eu não tiver o grupo, não tenho a atleta. A atleta faz golos, porque a equipa a ajuda a fazer golos. Não lhe posso tirar o mérito, mas também não me posso focar apenas numa jogadora, porque são onze dentro de campo, mais aquelas que ficam de fora prontas para ajudar. Temos aqui boas atletas que, daqui a dois ou três anos, podem dar o salto para outros patamares”, considera.

A equipa feminina do FC Felgueiras foi criada na temporada anterior e o plantel é constituído maioritariamente por atletas jovens, naturais do concelho.

“A grande maioria são aqui de Felgueiras. Muitas surgiram na captação feita na época passada que este ano, felizmente, optaram por continuar connosco. Também temos algumas atletas de fora do concelho, nomeadamente de Vila Real e de Fafe”, explica o dirigente Sérgio Cassiano.

“O balneário e as miúdas são fantásticas. Nisso tenho a certeza que somos campeões em todas as frentes. É muito fácil trabalhar com elas. Para além de uma equipa de futebol, costumamos dizer que é a nossa família”, elogia.